segunda-feira, 31 de maio de 2010

"Histórias Assim e a Sério" - apresentação

No dia 29 de Maio, decorreu na Biblioteca Municipal Manuel Alegre, em Águeda, a sessão de apresentação do meu novo livro.

A mesa foi presidida pelo Senhor Presidente da Câmara de Águeda, Dr. Gil Nadais., sendo os outros elementos o Dr. João Manuel Ribeiro, na qualidade de editor da Trinta Por Uma Linha, e o Dr. Paulo Sucena, que teve a seu cargo a apresentação.

A sala encheu, tendo estado presentes muitos amigos e colegas. A todos agradeço a amizade, o carinho e o incentivo.

O Dr. Paulo Sucena fez uma análise exaustiva, centrada essencialmente no discurso narrativo e nos processos diegéticos de cada uma das histórias. As suas palavras foram por demais elogiosas, o que me deu um grande incentivo para continuar.

Dois dos meus ex-alunos, leitores que ajudei a construir, leram um dos contos, no final das várias intervenções.

Deixo-vos uma pequena amostra fotográfica.







As minhas considerações sobre a génese destes contos:


       Se Manuel Alegre o não tivesse dito, gostaria eu de o poder dizer agora. Aquando da apresentação do seu último romance, em resposta à clássica pergunta acerca dos motivos que levam à escrita de um determinado livro, Manuel Alegre respondeu que lhe apetecia dizer: “Escrevi este livro porque sim.” Frase genial, extremamente complexa na sua aparente simplicidade. Não posso avaliar o peso semântico e emocional que esta frase tem para quem a disse. Posso, no entanto, dar conta da minha leitura. Leio nesta frase a síntese de toda a problemática da individualidade e da intimidade da escrita, que leva o autor à plenitude da satisfação de mostrar-se, não se mostrando; de estar no texto, não estando. Se ler é um acto solitário – partilhamos leituras, mas nunca a nossa fruição do texto –, escrever é-o ainda mais. E querer dizer por que se escreve é pretender explicar o inexplicável.



É claro que ninguém escreve do nada. Há sempre um estímulo que desencadeia a génese da história. Ela nasce não se sabe bem onde: às vezes no pensamento; às vezes no coração – pode dar apertos na garganta, embrulhos no estômago, ou até subir aos olhos para se despenhar em chuva de lágrimas. Começa, então, a crescer. Pode ser uma visão feminina da escrita, mas sinto que há um período de gestação da história, em que ela cresce, cresce, cresce até não caber mais em nós e se projectar abruptamente no papel. Nasce, contudo, ainda tosca e imperfeita, à espera que o autor assuma um novo papel: o de artífice da Língua, para lhe dar voltas e mais voltas, até à versão definitiva que, no entanto, nunca é a forma perfeita. É com este corpo, de que se desliga, que a oferece ao leitor, o outro pólo da comunicação narrativa, a quem cabe a construção de novos sentidos. Mas se é possível restabelecer o processo, já não será assim para explicar o estímulo. Porquê um e não outro. Essa parece-me ser a questão do porque sim da frase de Manuel Alegre.

E quais foram, afinal, os meus estímulos? Que casamento fiz entre estímulos e motivos?

 

Já que não posso, não devo, nem quero plagiar, não direi que escrevi este livro porque sim. Direi, então, que escrevi este livro porque não.

 

Porque, de facto, não quero perder certas memórias e observações que, se resistiram à selecção da memória, é porque foram marcantes e vale a pena partilhar.

 

Não quero, também, abdicar da responsabilidade de não mostrar aos mais jovens que as gerações anteriores, embora de maneira diferente, também foram felizes e se divertiram muito. Espero consegui-lo com alguns dos contos incluídos neste livro. Sendo um pouco mais pretensiosa, espero com isso ajudar a despertar o diálogo entre gerações, cada vez mais atacado por surdez galopante, sem reversão à vista. Daí, a escolha das idades para o público preferencial deste livro.

 

Teremos, então, Histórias a Sério.

 

Mas, por se tratar de histórias a sério, não quero revelá-las, revelando-me. E a ficção narrativa é o melhor esconderijo para os tímidos e o melhor processo de comunicação para os introvertidos. A transfiguração da realidade possibilita um jogo de escondidas com o leitor que, embora possa estar convencido do contrário, nunca será capaz de encontrar no texto o autor por inteiro. É no fundo desafiar o leitor para desvelar o texto, ou seja, etimologicamente falando, retirar o tal "véu diáfano da fantasia" (e perdoem-me a pretensão da citação queirosiana). Só que, desta vez não é para encontrar "a nudez crua da verdade", mas a verdade, às vezes tão terna e simples, do autor, visto que de memórias se trata. Desafio-vos a procurá-la nas minhas Histórias Assim.

 

Sintetizando, foi por este processo que umas quantas Histórias a Sério desabrocharam em outras tantas Histórias Assim… corporizadas pela ficção. Advirto-vos, porém, para o seguinte: nem só o poeta… mas quem quer que tenha experimentado o prazer da escrita, quando apanha à mão uma folha de papel e uma caneta, “finge tão completamente…” Se calhar, estas histórias a sério mais não serão do que histórias assim-assim. Mas isso só eu sei e vou guardar para mim.

 

Espero que a leitura deste livro proporcione aos mais e aos menos jovens momentos de agradável lazer, numa equilibrada mistura de emoção, prazer e reflexão. Daqueles que, em questões de bilhete de identidade – e apenas nestas –, se encontraram já nas prateleiras da metade superior do armário, espero mais: sentir-me-ei muito feliz se conseguirem reencontrar-se, revendo espaços, costumes ou vivências que terão, por certo, carinhosamente arrumadas na gaveta das gratas recordações.

 

Só assim as Histórias Assim e a Sério se cumprirão como literatura.

domingo, 30 de maio de 2010

"Histórias Assim e a Sério" - a apresentação em notícia

Foram vários os canais de informação que divulgaram a apresentação das "Histórias Assim ea Sério".

As notícias podem ser lidas nas páginas seguintes:

Câmara Municipal de Águeda


"Soberania do Povo" - semanário local
 
"Salinas magazine" - jornal on line

quarta-feira, 26 de maio de 2010

"Histórias Assim e a Sério" - prestes a chegar às bancas

Finalmente, pronto! Aí está o meu novo livro na rampa de lançamento.



No Colégio Miramar


Ontem passei a tarde no Colégio Miramar, em Ribamar - Mafra, para estar com os alunos de 5.º e 6.º anos que tinham feito a leitura de Bichos faz-de-conta. Foi o meu primeiro trabalho num colégio e vim encantada: pela receptividade dos alunos, pela disposição para participar, pela maneira de estar... As professoras que tiveram a seu cargo a organização da minha actividade de leitura com os alunos foram de uma amabilidade extrema. Deixo-lhes o meu sincero agradecimento, pela recepção e pelas palavras simpáticas que proferiram para me apresentarem. Pude testemunhar um bom trabalho, pelo que dirijo os meus parabéns a todas as colegas que me acompanharam.

Podem ver um breve testemunho em imagem daquilo que foi esta animada sessão de leitura. Mais uma vez os Bichos fizeram sucesso.



Este foi um dos presentes com que me brindaram: lindo, pessoal, original. Parece que é o presente com o qual o colégio agradece a todas quantos o visitam, para colaborar com o trabalho dos docentes. Disseram-me que era para "levar um bocadinho do colégio para casa". Achei um mimo. Trouxe o "pedacinho do colégio" com todo o carinho, e guardá-lo-ei como sinal de uma das minhas boas recordações profissionais.


segunda-feira, 24 de maio de 2010

HISTÓRIAS ASSIM

Histórias assim... nunca foram escritas. Serão histórias a sério?!...


O mistério será desvendado dentro de dois dias. Estejam atentos!

sábado, 22 de maio de 2010

Leitura e reconstituição de texto

Mais uma vez na Escola Fernando Caldeira, para uma sessão de trabalho na Biblioteca. Uma versão simplificada, adaptada a uma nova realidade,  de uma actividade já realizada anteriormente (interpretação de imagem, produção doral e texto , reconstituição de texto e leitura). 
 












sexta-feira, 21 de maio de 2010

Cousas da s Letras

O Departamento de Línguas da EB 2/3 Fernando Caldeira marcou presença notável na Alta Vila Medieval (aqui), no passado dia 15 de Maio. Foram as Letras em grande presença, com relevo para as histórias lidas e contadas às "princesinhas" que foram aparecendo por ali.

Aqui fica um breve testemunho em imagem, que não passa duma pequena amostra da participação excelente deste departamento.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

De memórias se fazem as histórias

Dando seguimento ao projecto dinamizado pelo Jardim Escola da Bela Vista, deslocámo-nos a Belazaima para mais um encontro com os "avós" daquela aldeia. As crianças ouviram com agrado as histórias contadas pela avós que as quiseram partilhar com os mais pequeninos. Estes retribuíram com catigas e lengalengas. Foi mais uma oportunidade para aproximar gerações e para ajudar a gostar de histórias. Voltaremos, dessa vez para mostrarmos o que fizemos com os textos que connosco partilharam.

Fica o testemunho fotográfico da receptividade dos participantes de ambas as idades.


quinta-feira, 13 de maio de 2010

De novo na BE da Escola Fernando Caldeira - Produção oral, reconstituição de texto e leitura



Quarta- feira, dia 12, regressei à BE da Escola Fernando Caldeira, agora em instalações improvisadas.

Com a turma do 5.º volteia dinamizar uma actividade de produção oral e reconstituição de texto, seguida de leitura, tendo como ponto de partida um anúncio publicitário.






segunda-feira, 10 de maio de 2010

80.ª Feira do Livro de Lisboa - eu estive lá!


Não fora a chuva e tudo teria sido perfeito. O céu esteve contra nós e abateu-se em chuva sobre Lisboa. Mas valeu a companhia, o convívio e, sobretudo, a tarde de conversa com João Pedro Marques, historiador e agora romancista, autor de Os Dias da Febre, que trouxe devidamente autografado e estou ansiosa por ler.

Foi bom rever o Prof. António Modesto e o Prof. José António Gomes e, ouvir-los dizer, em pessoa, que gostam muito do meu livro dos Bichos. Não podia ter ouvido melhor elogio! Só as suas palavras valeram o dia, e compensaram a ausência dos leitores (os meus, como os de todos, incluindo Paul Hoffman, a vedeta do stand).

sábado, 8 de maio de 2010

80.ª Feira do Livro de Lisboa

Hoje, sábado, vou estar na Feira do Livro de Lisboa, para uma sessão de autógrafos (15 às 17,00h) no stand da Porto Editora. Para verem a agenda do dia, é só clicar aqui e aqui.

Em Valongo do Vouga, com os encarregados de educação

No passado dia 24 de Abril estive na Escola EB 2/3 de Valongo do Vouga, a convite da bibliotecária Dr. Teresa Olaio e do Dr. Vítor Martins para um encontro com encarregados de educação.